LIVROS em Destaque!
Abolicionismo Animal
Heron José de Santana Gordilho (2009)
Este livro é uma das obras mais importantes do pensamento jurídico brasileiro sobre os direitos animais. Heron Gordilho propõe que o movimento de proteção animal deve ir além das políticas de bem-estar (“welfarismo”) e avançar para um modelo abolicionista, que rejeita qualquer forma de exploração animal — seja na alimentação, no entretenimento, na pesquisa científica ou na indústria.
A obra analisa o arcabouço legal brasileiro e demonstra como os animais ainda são tratados como objetos no sistema jurídico. O autor argumenta que é necessária uma mudança estrutural: reconhecer os animais como sujeitos de direitos, rompendo com a tradição antropocêntrica das leis atuais.
O livro também aborda temas como:
- o fundamento ético da abolição da exploração animal;
- o papel do Estado e das políticas públicas;
- a responsabilidade jurídica dos tutores e da sociedade;
- o impacto social, ambiental e moral da exploração animal.
É uma referência fundamental para quem luta pela justiça animal, especialmente em contextos de mobilização social, advocacy e elaboração de políticas públicas.
Libertação Animal
Peter Singer (1975 / edição em português 2013)
Este livro é um marco mundial nos debates sobre ética animal e direitos dos animais. Nele, o autor questiona o “especismo” — a ideia de que seres humanos teriam um valor moral superior a outros animais — e defende que muitos dos maus-tratos e crueldades praticados contra animais não humanos (na pecuária, testes, indústria do couro, etc.) são injustificáveis do ponto de vista moral.
O livro argumenta que a capacidade de sofrer — não apenas a razão ou a inteligência — deve ser a base para atribuir consideração moral, e conclui que deveríamos estender proteção ética e direitos a todos os seres sencientes.
A vida dos outros: Ética e teologia da libertação animal
Luiz Carlos Susin & Gilmar Zampieri (2015)
Esta obra combina reflexões teológicas, filosóficas e éticas para problematizar o status dos animais não humanos como “coisas”, “bens” ou “recursos”. Os autores afirmam que os animais são os “outros” — seres sencientes que merecem consideração moral — e abordam as práticas humanas de exploração (pecuária, moda, cosméticos, testes, entretenimento, etc.) como uma forma de “holocausto animal”.
O livro está estruturado para:
- (1) denunciar essa exploração sistemática;
- (2) questionar se esse trato é moralmente justificável;
- (3) propor uma nova ética — ou melhor, uma “teologia da libertação animal” — que exija compaixão, cuidado e libertação para os animais.
A Desencarnação dos Animais
Janete Marie Monteiro Figueiredo (2011)
Este livro assume uma abordagem espiritualista/espírita: trata do que ocorre com os animais após o “desencarne” — ou seja, após a morte física — segundo a visão espírita.
Discute a continuidade da vida espiritual dos animais, sua “alma” ou “princípio inteligente” e a condição desses seres após a morte.
Jaulas Vazias
Tom Regan (2006)
Jaulas Vazias é uma das obras centrais do movimento pelos direitos animais. Tom Regan — filósofo norte-americano e um dos mais influentes nomes do tema — apresenta uma defesa sólida e apaixonada de que os animais não humanos possuem valor inerente e, portanto, devem ser reconhecidos como sujeitos de direitos, não como recursos a serem usados pelos humanos.
O livro denuncia, com base em dados e análises filosóficas, as principais formas de exploração animal:
- pecuária industrial e criação intensiva;
- experimentação científica;
- entretenimento (circos, zoológicos, rodeios);
- comércio de animais;
- abandono e negligência institucional.
Regan expõe como indústria, governos e grupos de interesse manipulam narrativas para minimizar a crueldade, manter lucros e desinformar o público. Em oposição a isso, apresenta alternativas éticas coerentes, baseadas em justiça, empatia e responsabilidade moral.